19/11/2009

OFICINA 8 - TP4 ALTA FLORESTA

A oficina 8 foi realizada no dia 26/06/2009 com o objetivo de desenvolver uma sequência de aulas utilizando elementos do processo de produção textual.

Iniciamos com a socialização dos Avançando na Prática, momento em que as cursistas relataram as atividades práticas, umas partiram da poesia Cidadezinha Qualquer de Drummond, elaborando cartão postal de sua cidade e de animais em extinção, outras trabalharam com a imaginação de um passeio e o relato mesmo, outras ainda realizaram literalmente um passeio ( piquenique) para motivar os alunos a produção textual, segundo as professoras quando as aulas são práticas e motivadoras, os alunos conseguem ter gosto pelo trabalho com a linguagem, pois, produziram textos fizeram colagens e expuseram as produções no mural da escola.

Foi ressaltado que as produções dos alunos tem melhorado significativamente, partindo da transposição didática.

Aproveitamos para refletir sobre alguns conceitos sobre como Mergulhar no texto, como chegar à estrutura do texto, crenças e teorias sobre a produção textual.

Mergulho no texto – abordamos as Estratégias cognitivas – as que são realizadas automática e inconscientemente. Metacognitivas – aquelas pelas quais a escola deveria, sobretudo, se interessar, por serem acionadas conscientemente pelo leitor. As perguntas – os questionamentos – só lemos porque temos algum tipo de indagação. Ajudar o aluno a interrogar-se sobre tal assunto ou texto é encaminhá-lo no sentido de “criar motivos” para a leitura.

Perceber a estrutura do texto – a organização do texto evidencia o plano do autor para fazer o leitor seu cúmplice na construção de um significado. Ex: narrativa – (introdução, complicação, clímax, e desfecho).

Dissertativo: (introdução, desenvolvimento, conclusão). Ajudar o aluno a depreender esse “esqueleto” é dar-lhes melhores elementos para compreender o texto. Fazer anotações – no texto ou sobre o texto – são atividades facilitadoras para a compreensão e a retenção de seus dados. Seria realizar uma leitura mais cuidadosa. Compreender o que está na linha - explícito; por trás da linha – implícito, além da linha – outros textos, na entrelinha – o que sugere mais de uma interpretação. Ex: o texto literário. Depois lemos e discutimos o texto “Por que meu aluno não lê?” (Bellenger/ Kleimam).

Algumas questões foram levantadas sobre o fracasso da leitura na escola – a leitura tem pouco lugar no ambiente do brasileiro – formação precária dos profissionais da escrita. Em sala de aula - muitas vezes a leitura não tem caráter prazeroso. Ela é difícil porque não faz sentido. As além das práticas que muitas vezes são desmotivadoras. Estas práticas provêm, basicamente, de concepções erradas sobre a natureza do texto e da leitura, e, portanto, da linguagem.

Ainda em relação à leitura abordamos a questão da motivação sem fundamentação, pois segundo os autores encontramos alguns professores com uma proposta renovadora e inovadora, mas ao se depararem com a estrutura de poder (que já reina na escola) desiste de suas atividades porque elas estão baseadas apenas numa convicção de necessidade de mudança, sem a formação teórica necessária para essa prática pedagógica. Na sequência discutimos a produção textual, crenças, teorias e fazeres porque as teorias influenciam nosso modo de ver e agir no processo pedagógico. As teorias científicas – a partir de estudos e observações e as teorias ingênuas – as que aprendemos no cotidiano. Discutem sobre ser escritor é um dom – a pessoa desenvolve naturalmente- mesmo sem a intervenção do professor. Sobre habilidade diferenciada – aqueles que têm mais facilidade para escrever. Tem mais motivações (interação facilita). Existe o Dom, mas é preciso o despertar: aqueles que têm o dom, mas que necessitam de outras oportunidades. Cabe a escola oferecer “todas as oportunidades” para que os alunos aprendam a ler sem maiores prejuízos. Nossa cultura foi construindo crenças que nos levaram a formar (preconceitos) que de alguma forma interferem em nosso fazer pedagógico. Dentre elas: a escrita é uma transcrição da fala; só se escreve utilizando a norma padrão e, todo bom leitor é um bom escritor. Durante essas discussões muitos equívocos foram sanados.

Na escola, escreve-se para produzir textos narrativos, descritivos e dissertativos. É preciso construir andaimes. Cabe a nós professores disponibilizarmos os meios, a experiência e a prática. Com diferentes gêneros e, ensinar, propondo estratégias e visando, mais do que a simples correção da forma, a um retorno dialógico que negocie com o aluno aspectos relacionados à leitura comunicativa de seu texto.

Na seqüência, abordou-se as contribuições de John Harris e Jeff Wilkinson que apresentam uma proposta para as hierarquizações das dimensões dos gêneros, dependendo da situação sociocomunicativa.

  1. Consciência da audiência – quem é meu interlocutor
  2. Relevância do conteúdo – será usado dentro e fora da escola.
  3. Seqüência de informação – (coerência).
  4. Nível de formalidade- formal ou informal – depende do interlocutor.
  5. Função da comunicação – qual o objetivo.
  6. Convenção – (formato do documento – ofício, carta, ...

Algumas dúvidas foram suscitadas pelos cursistas e sanadas pelas formadoras – dentre elas o que são estratégias cognitivas e metacognitivas. Após os esclarecimentos realizamos a dinâmica caixinha de surpresas para descontrair o grupo. Depois dividimos a turma em três grupos para que realizassem as atividades propostas para a oficina 8. Mudamos um pouco a estrutura das atividades propomos que se preferissem poderiam trabalhar com outro gênero textual – elaboramos um material de apoio – (material apostilado da Cesgranrio formação de professores 2007) já utilizado pelos professores da Rede Estadual de Mato Grosso.

A partir dos encaminhamentos os grupos produziram planejamento de suas aulas. A fim de dar maior visibilidade aos planejamentos pedimos que os grupos elaborassem os textos que estavam pedindo em seus planos. (acreditamos que o professor necessita mostrar suas produções para os alunos, pois já há relatos de alguns cursistas que contemplam essa ação pedagógica como fator muito relevante. Após as apresentações realizou-se a avaliação do encontro.

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