27/07/2011

RESUMO DO LIVRO: O TEXTO E O LEITOR


Formadoras da Area de Linguagem - CEFAPRO -Alta Floresta



LIVRO: Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura
Ângela Kleiman

CAPÍTULO 1
O CONHECIMENTO PRÉVIO NA LEITURA

 Conhecimento de mundo / lingüístico / textual
 Conhecimento de mundo ou enciclopédico que pode ser adquirido tanto formal ou informalmente. Conhecimentos extralingüísticos (contextos):
→ enciclopédico - memória – repositório de conhecimento.
→ conhecimentos informais – experiências
→ conhecimento parcial, estruturado que temos na memória – esquema (determina, em grande parte, as nossas expectativas sobre a ordem natural das coisas; permite economia na comunicação, os implícitos. Economia e seletividade na codificação de nossas experiências ).
→ engajamento
→ marcas formais do texto

 Conhecimento lingüístico: componente do chamado conhecimento prévio sem o qual a compreensão não é possível. Há interação de diversos tipos de conhecimentos que num processo de engajamento da memória e do conhecimento do leitor, na falha de um conhecimento, o leitor ativa outros tipos de conhecimento para compensar as falhas momentâneas.
→ falante nativo
→ vocabulário / expressões.
→ regras da língua.
→ uso da língua

 Conhecimento textual: conjunto de noções e conceitos sobre o texto, faz parte do conhecimento prévio e desempenha um papel importante na compreensão de textos:
→ Estrutura narrativa: marcação temporal cronológica, causalidade, agentes das ações, pano de fundo / cenário, complicação. Na narrativa canônica ou padrão (pano de fundo/cenário, complicação e resolução.
→ Estrutura expositiva: a ênfase é temática está nas ideias e não nas ações. Os componentes se ligam por diversas relações lógicas: premissa e conclusão, problema e solução, tese e evidência, causa e efeito, analogia, comparação, definição e exemplo.
→ Estrutura descritiva: tem uma orientação não agentiva, estrutura imprecisa: efeitos descritivos – um efeito de listagem, por exemplo; um efeito de qualificação – acúmulo de adjetivações e particularização de objeto tematizado. Há ainda uma orientação atemporal – vale-se do presente e do pretérito imperfeito (função descritiva no interior da narração).
A descrição está dentro da narração e da exposição quando um objeto deve ser particularizado ou qualificado. Tem caráter informacional: o autor tenciona apresentar uma atitude, avaliação, uma sensação específica a fim de que o leitor a possa recriar.


CAPÍTULO 2
OBJETIVOS E EXPECTATIVAS DE LEITURA

Ênfase naquilo que há de individual na leitura, os aspectos que são únicos e que, em grande medida, são determinados pelos objetivos e propósitos específicos do leitor.
Caminhos para a compreensão e recriação do sentido do texto:
→ engajamento, a ativação de nosso conhecimento prévio relevante para o assunto do texto.
→ o estabelecimento de objetivos e propósitos claros para a leitura favorece o planejamento de estratégias de leitura:
 A forma do texto pode determinar os objetivos da leitura
 Scanning: ler superficialmente
 Skimming: ler informações específicas
 Leituras que motivam outras leituras: não há objetivos na leitura por prazer. O objetivo é o prazer.
 Metacognição: controle e regulamento do próprio conhecimento, reflexão sobre o próprio conhecimento. Assim, a leitura é um processo só, pois as diferentes maneiras de ler são apenas diversos caminhos para alcançar o objetivo pretendido.
 Formulação de hipóteses: predição ( ativar conhecimento prévio), testagem (enriquecimento, refinamento, cheque desse conhecimento) - depreender, postular uma possível estrutura textual, e, na testagem o leitor estará reconstruindo uma estrutura textual. Estratégias, essas, próprias da leitura que levam à compreensão do texto.


CAPÍTULO 3
ESTRATÉGIAS DE PROCESSAMENTO DO TEXTO

A materialização de uma intenção do autor se dá através de elementos tanto lingüísticos como gráficos, cabendo ao leitor a recuperação dessa intenção através do formal (apoio em elementos extralingüísticos (contextos) e linguísticos).
→ componente contextual ou extralingüístico - o que é considerado texto pelo leitor. (capítulos anteriores)
→ componente textual/cotextual – relações e propriedades internas ao texto (estudo do capítulo).
→ Texto: unidade semântica onde os vários elementos de significação são materializados através de categorias lexicais, sintáticas, semânticas, estruturais.
→ A coesão e a estrutura do texto são dois aspectos importantes da materialização formal.
→ Ligações coesivas: repetições, substituições, pronominalizações, uso de dêiticos.
→ Estratégia cognitiva da leitura: processo através do qual utilizamos elementos formais do texto para fazer as ligações necessárias à construção de um contexto é um processo inferencial de natureza inconsciente.
→ coesão referencial
→ princípio de economia/parcimônia – regra da recorrência; regra de continuidade temática – ligações no texto, elementos seqüenciais; regra de linearidade – máxima de antecedência; regra de distância mínima; regra de não contradição.
→ princípio de canonicidade – expectativas em relação a ordem natural no mundo, e sobre como essa ordem se reflete na linguagem: causa/efeito, ação/resultado.
→ Na leitura há uma constante interação diversos níveis de conhecimento, de nível sintático, semântico e extralingüístico a fim de construir a coerência local.
→ Processamento descendente ou de-cima-para-baixo: conhecimento prévio, expectativas e objetivos do leitor.
→ Processamento ascendente ou de-baixo-para-cima: percepção dos elementos formais do texto por parte do leitor.
→ Microestrutura: nível local: coesão: marcas formais.
→ Macroestrutura: coerência temática.


CAPÍTULO 4
INTERAÇÃO NA LEITURA DE TEXTOS

→ Define-se a atividade de leitura como uma interação a distância entre leitor e autor via texto.
→ O leitor constrói, e não apenas recebe, um significado global para o texto; ele procura pistas formais, antecipa essas pistas, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões.
→ O caráter interacional da leitura pressupõe a figura do autor presente do texto através das marcas formais que atuam como pistas para a reconstrução do caminho que ele percorre durante a produção do texto:
 Operadores lógicos/conectivos → refletem o raciocínio do autor.
 Modalizadores → expressões que indicam o grau de comprometimento do autor com a verdade, ou a justeza da informação relativizando-a ou para mais ou para menos.
 Marcas formais da presença do autor → refletem a atitude do mesmo frente ao fato, à ideia, à opinião, e que se concretiza principalmente através da adjetivação → emocional → expressões negativas e positivas.
→ A capacidade de análise das pistas formais que defina uma postura do autor é considerada essencial à compreensão do texto.
→ A percepção das marcas de autoria no texto é essencial para a leitura crítica.

3 comentários:

  1. Conteúdo para o maior concurso da história do Governo do Estado de S.P... Obrigado pelo resumo bem produzido. Obrigado pela ajuda.

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  2. Ficou ótimo, estava sem tempo para ler este livro. Muito bom, parabéns.

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